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Estudo pioneiro utiliza cinza de bagaço de cana-de-açúcar para melhorar asfaltos é divulgado por revista internacional
01 de Outubro de 2024
Uso da matéria prima foi tema de tese de mestrado pela Universidade Estadual de Maringá, no Paraná
Quando se viaja pelo Brasil, é fácil encontrar uma plantação de cana-de-açúcar (Saccharum officinarum) em diversas regiões do País. Os canaviais e a produção da cana-de-açúcar brasileira são os maiores do mundo e movimenta a economia brasileira há mais de 500 anos.
O setor sucroalcooleiro é responsável por aproximadamente 2% do produto interno bruto (PIB) nacional, seja para a produção de açúcar ou de álcool (etanol) como para a exportação desses produtos. Além do álcool e do açúcar, a cultura da cana-de-açúcar vem impulsionando a pesquisa científica para o desenvolvimento de energias limpas e renováveis, e de produtos biodegradáveis.
À medida que o mundo avança, cada vez mais para soluções sustentáveis, o Brasil vem exercendo protagonismo pelo cultivo de cana-de-açúcar em larga escala, tornando-a compatível com práticas que contribuem para a sustentabilidade
Entre essas contribuições, no Paraná, uma pesquisa pioneira utilizou cinzas do bagaço de cana para substituição parcial do pó-de-pedra que é misturado para produzir um tipo de material asfáltico.
De autoria do engenheiro civil Vinícius Hipólito, a pesquisa de mestrado pela Universidade Estadual de Maringá foi reconhecida internacionalmente e publicada na Scientific Reports, revista que possui avaliação A1 no sistema Qualis, a melhor para periódicos científicos.
Hipolito, que também é engenheiro da Conasa Infraestrutura, empresa de Londrina (PR) que administra mais de 1.500 quilômetros de rodovias estratégicas para o escoamento logístico da safra de grãos do Mato Grosso para o mercado externo, explica que a ideia surgiu no intuito de melhorar a resistência do asfalto desses corredores.
“Enxerguei a oportunidade de utilizá-lo com o intuito de melhorar a resistência do asfalto, que é um material do dia a dia na nossa área de infraestrutura e que precisamos aprimorar cada vez mais para que possamos otimizar nossos investimentos”, explica.
Nomeado “Avaliação funcional e estrutural de um trecho experimental de asfalto modificado com cinza de bagaço de cana-de-açúcar”, o estudo avaliou o desempenho do resíduo em um trecho rodovia BR-158, entre Campo Mourão (PR) e Maringá (PR). “O experimento demonstrou resultados positivos em termos de desempenho mecânico, além de contribuir com a redução do uso de agregado mineral e do custo da mistura asfáltica” completa.
A Conasa e mais 5 empresas apoiaram a pesquisa. Para Hipólito, a importância de publicar esse trabalho em uma revista internacional é a de que o resíduo também é produzido em outros lugares do mundo e, assim, os resultados do trabalho podem ser consultados por outros pesquisadores, contribuindo para a evolução das tecnologias na área de pavimentação.
Assista a entrevista completa no Youtube da Conasa, clique aqui.